"Cargueiro McDonnell Douglas MD-11 FedEx pousando - ©SAM CHUI" |
"Raio de interesse comercial e logístico do Projeto Arco Norte" |
"Raio do Sítio Aeroportuário" |
Instituto de Desenvolvimento de Londrina |
Estudos preliminares realizados pelo Instituto de Desenvolvimento de Londrina (CODEL) e entidades empresariais indicavam que o eixo Londrina–Maringá possuía uma das maiores concentrações de PIB e produtividade agrícola e industrial do estado, com forte vocação exportadora. A viabilidade técnica e econômica foi posteriormente incluída em um escopo de análise da USTDA (U.S. Trade and Development Agency), agência norte-americana de apoio ao desenvolvimento de infraestrutura.
Apesar do apoio empresarial e da articulação de lideranças políticas da região, o projeto enfrentou forte resistência de setores ambientais e de parte da sociedade civil. A principal crítica estava na localização proposta: uma área rural ao sul de Londrina, nas proximidades do Parque Estadual Mata dos Godoy, unidade de conservação de Mata Atlântica com alto valor ecológico.
Entidades como a ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE) e o movimento “Arco Norte Sim! Perto da Mata, Não!” alertaram sobre os impactos ambientais que o projeto causaria em uma zona de amortecimento estimada em mais de 3.000 hectares. Os riscos incluíam degradação da biodiversidade, comprometimento de mananciais, desequilíbrio climático e ameaça a espécies nativas da flora e fauna. O Conselho Regional de Biologia da 7ª Região (CRBio-07) emitiu moção contrária à instalação do aeroporto nas imediações da reserva.
Em contrapartida, setores da indústria e da construção civil, representados por entidades como a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), defenderam que a localização era tecnicamente adequada, considerando fatores como topografia plana, ventos predominantes favoráveis e proximidade com rodovias de escoamento logístico, além de já contar com parte da área desapropriada e designada por decreto municipal.
Mesmo assim, o impasse se acentuou. Em março de 2014, o então prefeito Alexandre Kireeff revogou o decreto que declarava a área como de utilidade pública, acolhendo recomendação do Ministério Público e reconhecendo os questionamentos ambientais. A decisão representou, na prática, o arquivamento do projeto sem um novo local definido e sem previsão de retomada.
Desde então, o Projeto Arco Norte permanece engavetado, sem avanços concretos. A falta de consenso entre os agentes políticos, a ausência de novos estudos ambientais e a perda de tração institucional inviabilizaram sua continuidade. Em um momento em que se discute a saturação da atual infraestrutura aeroportuária de Londrina, a lembrança desse projeto adquire nova relevância, reacendendo o debate sobre soluções logísticas de longo prazo para o Norte do Paraná.
Fontes:
- G1 Paraná. “Construção de aeroporto internacional em Londrina divide opiniões” Link: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2013/10/construcao-de-aeroporto-internacional-em-londrina-divide-opinioes.html. Acesso em 04 ago. 2025.
- Portal Massa News. “Projeto de aeroporto internacional entre Londrina e Maringá segue parado”, link: https://massanews.com/noticia/projeto-de-aeroporto-internacional-entre-londrina-e-maringa-segue-parado/. Acesso em 04 ago. 2025.
- Prefeitura de Londrina. Instituto de Desenvolvimento de Londrina (CODEL), link: https://www.londrina.pr.gov.br/instituto-de-desenvolvimento-de-londrina-idel.
- Movimento “Arco Norte Sim! Perto da Mata, Não!”. Acesso em 04 ago. 2025.
- Conselho Regional de Biologia da 7ª Região, link: https://www.crbio07.gov.br/site/conteudo_dinamico.php?cod=459. Acesso em 04 ago. 2025.
Nenhum comentário:
Postar um comentário