domingo, 27 de julho de 2025

Instalação do ILS avança no Aeroporto de Londrina e já é visível na cabeceira 31

Torres do sistema ALS (ILS) no Aeroporto de Londrina.

    A instalação do sistema de pouso por instrumentos (ILS) no Aeroporto Governador José Richa, em Londrina (PR), segue em andamento e já começa a ganhar forma. No prolongamento da cabeceira da pista 31, sentido bairro Limoreiro, é possível observar parte do Approach Lighting System (ALS), o sistema de luzes de aproximação que integra o conjunto ILS.

    As torres e luzes instaladas têm a função de auxiliar visualmente os pilotos durante a fase final de aproximação, fornecendo referência para alinhamento com o localizer e o plano de descida (glide slope), dentro de um espaço tridimensional que conduz a aeronave com precisão até os instantes finais antes do toque na pista.


Torre de luzes ALS.

    O equipamento está sendo implementado na cabeceira 31, que opera no sentido leste-oeste. Apesar de a cabeceira 13 ser a mais utilizada nas operações de pouso e decolagem em Londrina, estudos técnicos e econômicos indicaram que a instalação do sistema na cabeceira oposta seria mais viável, especialmente devido à topografia mais desobstruída. A decisão levou em conta também que, durante episódios de meteorologia adversa como nevoeiros, neblina e tetos baixos os ventos geralmente permanecem calmos, permitindo operações pela cabeceira 31.


    O ILS não será um recurso de uso contínuo, mas sim uma ferramenta essencial para aumentar a segurança e garantir operações durante condições de baixa visibilidade, especialmente em períodos de inverno e passagem de frentes frias.

    A instalação do sistema também levanta questionamentos sobre o futuro da infraestrutura do aeroporto. Entre os pontos mencionados por frequentadores e especialistas está a ausência de planos visíveis para ampliação da pista principal no tamanho originalmente projetado, tendo sido executados, até o momento, apenas 50 metros de extensão. Também não há, até agora, informações oficiais sobre a construção de novas taxiways ou a ampliação das vias de acesso às pistas.


Visual do sistema ALS próximo ao VOR Londrina que está inoperante.

    Em entrevistas recentes, o prefeito de Londrina, Tiago Amaral (PSD), garantiu que pelo menos parte do sistema estará em funcionamento até o dia 10 de dezembro de 2025.

    Enquanto isso, o Aeroporto de Londrina enfrenta uma queda significativa no movimento de passageiros. Dados divulgados pela administradora MOTIVA mostram que, no primeiro semestre de 2025, houve uma redução de 11,9% no fluxo de passageiros em relação ao mesmo período de 2024, o que representa 48.646 embarques e desembarques a menos. Em contraste, o Aeroporto Silvio Name Júnior, em Maringá (PR), registrou um crescimento de 12% no mesmo período.

    A infraestrutura operacional limitada também contribui para gargalos. A ausência de taxiways paralelas à pista principal e a localização das atuais vias de acesso exigem que as aeronaves façam manobras de 180° diretamente sobre a pista para alinhar-se para decolagem ou liberar a área após o pouso, especialmente nas cabeceiras 13 e 31. Essa limitação reduz a capacidade de tráfego do aeroporto, obrigando o controle de tráfego aéreo a aplicar maiores separações entre pousos e decolagens, o que pode gerar atrasos.

    A situação é mais crítica para aeronaves de porte médio, como os modelos Airbus A320, Boeing 737 e Embraer 195 de ambas geração E1 e E2, que só podem executar o giro de 180° nas extremidades reforçadas da pista. Já aeronaves menores, como os turboélices ATR ou aviões da aviação geral, conseguem realizar a manobra em qualquer ponto do eixo.

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