quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Primeiro voo de linha aérea e um Flight Report, por Fábio Faria [Parte 01]

Olá galera, hoje vou escrever um “nem tão pequeno assim” flight report do meu primeiro voo de linha aérea, na verdade foi em dose tripla, peguei 3 voos na ordem Londrina-São Paulo-Curitiba-Londrina, um pelas asas da GOL e os outros dois pelas asas da TAM, não sou um expert ou um aficionado por revistas e leituras de flight reports, portanto descreverei de uma forma bem amadora as minhas impressões e sensações ao voar pela primeira vez de linha aérea na vida!

Voo Gol 1141
Origem: Aeroporto Gov. José Richa – Londrina, Paraná
Destino: Aeroporto de Congonhas – São Paulo, São Paulo.
Aeronave: Boeing 737-8EH (PR-GGP)
ETD: 05:15 (08:15Z)
ETA: 06:20  (09:20Z)
Assento: 17F (Saída de Emergência).
Data: 02 de Agosto de 2013

Eram 03 horas e 30 minutos da manhã, horário local, meu despertador toca loucamente, com muito sono e ansiosamente para voar de linha aérea pela primeira vez, desperto e prontamente começo a me trocar, meu voo estava marcado para as 05:20 era necessário estar na sala de embarque as 04:30, logo apressei-me e estava pronto para ir ao aeroporto. Muita gente nunca sentiu algo assim, essa ansiosidade, felicidade e um pouco de receio, não pelo voo,  mas pelo motivo de estar indo à São Paulo. Estava indo fazer a minha banca de PP (Piloto Privado) além é claro, a ansiedade de estar num Boeing 737-800 que, na minha opinião, é a aeronave mais bonita e encantadora dos tempos de hoje e que também, sonho em pilotar algum dia. 

Pois bem, alguns minutos depois, por volta das 04:15, eu estava lá, descendo do carro no estacionamento do aeroporto de Londrina rumo ao Terminal de Passageiros. Como de praxe subi as escadas para dar uma olhada no pátio, pois sabia que estava lotado de aeronaves pernoitando e lá estaria o grande pássaro de metal que me levaria até Congonhas. Estava tentando adivinhar a matrícula de qual das aeronaves da GOL eu embarcaria até que consegui ver, era o PR-GGP que estava na posição remota de número 4 no pátio, não me lembro mais das matriculas mas no pátio estavam em ordem de posição nas remotas:
  1. ATR76 AZUL (PR-ATP);
  2. A320 TAM; 
  3. A320 TAM;
  4. B73NG GOL (PR-VBV); 
  5. B738 (PR-GGP) e;
  6. E195 (PR-AXV) nas cores mescladas Azul/Trip (o qual não consegui fotografá-lo). 

"Algumas aeronaves que pernoitavam na madrugada de 02 de agosto de 2013"

"Boeing 737-8EH PR-GGP"

Continuando o report, após alguns registros e muitas fotos ruins devido a péssima conservação dos vidros do terminal e do reflexo das luzes, desci até a sala de embarque, todos os meus Check-Ins foram feitos online e não tinha nenhuma bagagem para despachar, era só ir direto para o embarque. Após passar pelo Raio-X e me despir de tudo o que era de metal eu estava lá, mais ansioso ainda, num friozinho típico da madrugada londrinense transpirando... Eram 04:40 o portão 1 foi aberto e rapidamente uma fila já havia se formado dentro da salinha de embarque em Londrina, uma leve taquicardia ao anunciar o voo... Eu estava preste a realizar um dos meus sonhos... Entrei na fila, após checar os meus documentos estava finalmente no pátio principal, é claro que ao olhar as aeronaves de tão perto e de estar a caminho do Boeing, um sorriso de orelha a orelha foi inevitável, fui andando e filmando, nunca estive tão perto de uma aeronave de médio porte assim, fiquei realmente bobo-alegre analisando todos os detalhes da asa, carenagens, motor, luzes da aeronave...

E assim eu fui, caminhando e filmando tudo, logicamente eu não iria perder a oportunidade, afinal para um Spotter a câmera faz parte do seu corpo... Cheguei nas escadas, da In Solo, na porta traseira da aeronave e era hora de subir, outra taquicardia, será que eu caberia lá dentro? (Sou um sujeito muito alto e largo, quase uns 2 metros de altura e acreditem eu consegui caber dentro do Cessninha 150 e do Boero AB115).

Ao chegar no topo da escadinha eu parei e realizei uma das minhas maiores vontades, tocar na fuselagem do 737, pode parecer estranhos para alguns, mas tinha curiosidade para saber como era... Após isso, entrei de cabeça baixa para não bater a testa na porta da aeronave e já dentro da aeronave o teto alto, não tive problemas... A Primeira impressão? Pequeno e apertado, mas muito bom! Soou estranho, mas é isso mesmo... Fui logo procurando o meu assento, o 17F que ficava na janela, porém os 738s são configurados nas saídas de emergência como 2-2, sendo a janela livre de poltronas e a poltrona de emergência na fileira logo atrás das duas, ou seja eu tinha o espaço de 1 poltrona para esticar as pernas, o que me fez ir muito confortável durante toda a viagem.

 "Muito espaço para esticar as pernas, assento 17F"

Após todos os avisos, speeches e advertência de permanecer com a câmera desligada durante a decolagem, que me foi lembrado 3 vezes pela comissária, a aeronave iniciou o push-back e o acionamento dos motores, eu estava em êxtase, só quem ama entende a sensação que realmente é.

"Pronto para push e acionamento, ao lado do GGP estava o VBV que as 06hrs faria o push para Curitiba"

Estávamos pronto para o taxi, creio eu que um POB (Persons on Board) não superior a 50 pessoas, a aeronave já estava alinhada para taxiar até o ponto de espera da 13, havia um leve vento de cauda, uma brisa, no sentido a favor da pista, o que não influenciaria na decolagem. A Aeronave já "flapeada", taxiou e alinhou na pista e os sons provenientes dos motores, CFM56-7B, anunciavam a aceleração de 40% de N1, já era possível sentir a 1ª Lei de Newton, a inércia! Aquela força que te empurra contra o assento, quando os motores foram a pleno e atingiram a potência de decolagem, foi uma das melhores sensações do voo, aquela “força da gravidade” que aparentava te jogar contra o assento foi indescritível, estava muito escuro, ainda era noite e só percebi que ele tinha descolado do solo ao sentir aquela sensação de elevador subindo.

"Poucos passageiros, a aeronave foi "vazia" para Congonhas".
....
Continua na PARTE 02, com muitas fotos e vídeos. :]

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