Recentemente recebi um e-mail do leitor Alexandre de Oliveira, anexado um artigo científico feito por ele, sobre uma análise das condições climáticas do Aeroporto de Londrina. Como é de conhecimento geral, Londrina ainda não dispõe de um ILS, apenas de VOR, NDB e aproximações por RNAV para que as aeronaves possam chegar e sair do aeroporto por instrumentos.
Durante um período de dez anos, entre 2003 e 2013 foram analisados as mensagens de METAR e SPECI e foi constatado que em 89% do tempo as operações de pouso e decolagem eram feitos sob condições visuais, 7% com auxílios de instrumentos e em 4% do tempo, as condições eram abaixo dos mínimos.
As características principais do aeroporto de Londrina mostradas pelo artigo são de fechamentos por condições meteorológicas principalmente nos meses de Janeiro, Junho e Outubro. Também foi destacado os principais horários do dia em que o aeroporto permaneceu fechado, que foi entre as 00:00 horas e 07:00 horas horário local.
O Alexandre também constatou que a maior causa de fechamento do aeroporto de Londrina foi a ocorrência conta de teto, abaixo dos mínimos para pouso. Já os fenômenos meteorológicos de tempo presente mais predominantes que levaram ao fechamento do aeroporto, foram são em ordem decrescente: Nevoeiro durante o outono e verão, seguido por Chuva, no período do verão e primavera.
Com esses dados, é importante ressaltar que o ILS é imprescindível para um aeroporto com o porte e a movimentação de aeronaves como o aeroporto de Londrina tem. 4% do tempo pode não parecer muito, mas reflete de uma forma negativa para a cidade, tanto economicamente quanto na segurança operacional.
Outros estudos em andamento indicam também, que o problema com teto refletem també na hora de decolagem. Como o aeroporto de Londrina não está homologado para a decolagem sem teto requerido, os voos que partem pela manhã normalmente apresentam um atraso significativo, pois os mínimos para decolagem nesse caso são iguais aos de pouso.
Com a decolagem sem teto requerido, as aeronaves que chegam no dia anterior e pernoitam no aeroporto poderiam decolar na manhã seguinte, mesmo com um teto baixo. O que impede as aeronaves de fazerem isso - acredite se quiser - é a proximidade do muro que cerca o aeroporto com a pista! Por isso, a lentidão das desapropriações prejudica o aeroporto em dobro: o ILS não é instalado, melhorando as condições de pouso e o muro não é afastado, para que a decolagem sem teto requerido sejam autorizadas.
O que se vê no poder público é um empenho para mudar a situação, porém a lentidão desse processo de desapropriações - que se arrasta por anos - gera prejuízos tanto para a cidade, quanto para os passageiros e empresas que operam em Londrina.
Gostaria de deixar meus agradecimentos pela disposição em nos ajudar, com dados científicos e revisão do texto, o leitor Alexandre de Oliveira. Ter disponibilizado seu artigo científico, é de grande valia, transmitindo uma imagem concreta e racional das características climáticas do aeroporto de Londrina.
Para quem quiser ter acesso ao artigo completo, acesse clicando neste link.
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