segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Os bastidores da viagem para conhecer a Azul Linhas Aéreas em Barueri


Eram por volta de 7 horas da manhã quando os primeiros raios de sol de sábado (09/12) me acordavam em um ambiente de calmaria total, onde somente era possível escutar bocejos, cintos desafivelando e o potente ronco do Marcopolo Paradiso G7 1600 LD da Brasil Sul, além de um cheiro não muito agradável de roupa usada e suada, chulés e um ar climatizado, compatível com câmaras frias de containers, se misturavam no ar. Naquele curto espaço de tempo, me dei conta de que chegávamos de uma viagem incrível, cheia de aventuras, crises solucionadas e uma enorme satisfação de falar para si mesmo “tudo deu certo, ou, pelo menos, quase tudo”.

Foi ao desembarcar da viagem, que começou na quinta-feira (07/12) as 23 horas, que tive a certeza de que eu deixaria escrito um relato da fantástica experiência que tive com os amigos do meu curso de pós-graduação em Linhas Aéreas e dos amigos de Ciências Aeronáuticas da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR.


Como tudo começou?



Já que iniciei pelo final, vamos regressar até o dia em que os primeiros planos para a viagem deram início. O convite para conhecermos, a princípio a UniAzul (Campinas), veio após o convite feito ao Comandante e Chefe de Equipamento Embraer 190/195 da Azul Linhas Aéreas, Rafael Marcato Geroldi, vir para Londrina nos presentar com uma fantástica palestra com o tema “O profissional da aviação moderna”, apresentada no dia 24 de outubro, durante a 4ª edição da Semana da Aviação na UNOPAR, organizada pelo nosso coordenador de curso, Fernando Torquato.

Após a palestra, os alunos da especialização em Linhas Aéreas foram convocados para uma rápida reunião e lá foram apresentados os planos para conhecermos os bastidores da Azul Linhas Aéreas, a ideia foi muito bem aceita pelos presentes. Começamos então a planejar a viagem e a cotar uma van ou micro-ônibus até o destino, como eu havia feito uma viagem no meio do ano para Pirassununga e havia gostado do serviço prestado pela empresa que nos levou e trouxe de volta – sem qualquer contratempo – foi, então, delegado a mim, a pedido do meu coordenador, a tarefa de organizar os viajantes e a negociar diretamente com a empresa.

Organizar uma viagem parece fácil, mas não é tão fácil assim...


Pois bem, deixei os dias passarem para de fato começar a organizar a viagem, pois muitos interessados trabalham na área de aviação, ou em outros trabalhos por escala, e precisavam ter uma previsão concreta para se organizarem, além de aguardar uma confirmação do meu coordenador de curso confirmando o agendamento das visitas, quando confirmado já entrei em contato com a empresa e cotei uma van de 19 assentos com saída no dia 07/12 e regresso no final do dia 08/12, após o encerramento do nosso roteiro de visitas.

A princípio, a ideia era visitar a Azul pela manhã e a tarde irmos até Jundiaí conhecer uma famosa escola de voo, porém os planos mudaram para um dia inteiro de visitas na Azul em Barueri e em seguida, Campinas.

Haviam muitos interessados, cheguei a contar 5 pessoas na lista de espera após as 19 vagas na viagem serem preenchidas, além das pessoas que entraram e saíram da lista de viajantes e outras que vieram a ocupar as vagas na espera.

O maior problema que tive na organização, foram os desistentes de última hora e a incerteza de fechar o veículo com a lotação máxima para baratear os custos da viagem, porém sempre apareciam novos interessados e as vagas eram rapidamente preenchidas.

Nesse meio tempo, já havia criado um grupo em um aplicativo de mensagens instantâneas e cobrava insistentemente que todos dessem certeza de ida, para que não chegasse na hora da viagem e houvessem desistentes, o que atrapalharia a todos e, principalmente, os gastos com o transporte até o destino.

Todos os outros 18 viajantes foram bem comprometidos, alguns, inclusive, pagaram antecipadamente a viagem para garantir a vaga, dando uma maior flexibilização para não abrir a possibilidade de termos que cancelar a viagem por desistentes de última hora.

Approaching Minimums – Chegou o dia!


Chegou o dia da viagem e, também, um susto! Faltavam algumas horas para partirmos para a viagem quando dois viajantes na lista me abordaram perguntando “têm alguém na lista de espera? É que surgiram compromissos e, se houver, gostaria que minha vaga fosse substituída por alguém na espera”.

Foi naquele momento que o climb da paciência deu uma variada, mas consegui rapidamente nivelar e estabilizar, consegui dois interessados de última hora e coloquei um deles na vaga que foi aberta, o outro candidato “desistiu de desistir” e assim fechei a lista, na boa fé no comprometimento dos que ainda não haviam pagado a viagem e, até o embarque, não me decepcionei, todos acertaram as contas e as 23 horas de quinta-feira (07/12), embarcamos.

Speed alive... V1... Rotate.... V2... Positive rate – A viagem


Rapidamente embarcamos, conferimos o valor total que deveríamos pagar ao motorista da nossa van e guardamos as bagagens. Algo muito bacana que combinamos entre nós, foi que, cada um, se quisesse, poderia levar alguma bebida não alcoólica para compartilhar com os colegas e para isso levamos dois “coolers”. Quase todos contribuíram com algo, inclusive, comidas e petiscos. No meu caso, eu havia comprado ingredientes e feito vários lanches naturais para vender a preço de custo e garantir uma viagem mais tranquila a todos, adiantando, foi um sucesso essa organização.

O clima dentro da van era de descontração total, embora que o espaço interno fosse um pouco apertado para pessoas de estatura normal, a animação e ansiedade era grande e até a primeira parada no posto da rede “Graal” em Ourinhos, para embarcar um amigo que reside na cidade, todos foram conversando bastante sobre os mais variados assuntos, com muitas risadas e animação.

Após Ourinhos, por volta das 2 horas da manhã de sexta-feira, o sono atingiu a todos, infelizmente (em minha opinião) ao som de sertanejo universitário, o silêncio dominou, muitos tiraram cochilos e até os mais “fortes” conseguiram cochilar até a segunda parada em outro posto do grupo da rede "Graal", em uma localidade na qual não me recordo.

A última parada da viagem foi bem próxima de Barueri, por sugestão da nossa amiga e companheira de viagem, Naiara, paramos na "Quinta do Marquês", no KM 57 da Rodovia Castelo Branco, para tomar um café da manhã reforçado e, não muito caro, como nos postos da rede "Graal". Além do café, combinamos que aquela parada serviria para nos higienizarmos e nos aprontássemos para ir direto ao destino, que tinha horário de visita marcado para as 10 horas local.

Pouco antes de chegar ouvi dos amigos no fundo do veículo um profético questionamento “Imagina, se a van quebra?”. Calma, logo mais explicarei o motivo de me referir com o termo “profético questionamento”.

"Clima descontraído dentro da van, algum puxavam ronco e outros tiravam fotos dos amigos dormindo para tirar sarro"

Trânsito! Estávamos realmente na região da grande São Paulo


Pelo menos para mim, aquela era a minha primeira experiência por via terrestre na região da grande São Paulo, o trânsito na Rodovia Castelo Branco já apresentava lentidão em vários quilômetros, os prédios e a confusão urbana davam a certeza de que nos aproximávamos da metrópole e foi assim que avistamos os edifícios comerciais onde estão localizados os escritórios da Azul nos três andares de um belíssimo edifício no bairro Alphaville Industrial, no município de Barueri.

A chegada foi muito tranquila, chegamos com tempo, posamos para foto antes de adentrar no edifício, passamos por uma longa fila para credenciamento para termos autorização de circulação e encontramos com o Comandante Geroldi, nos recepcionando e dando as boas vindas a Azul.

"Reunidos da Sala de Situações/Crises, em primeiro plano o nosso guia e orientador, Comandante Rafael Giroldi"

Bastidores da Azul Linhas Aéreas


"Conhecendo as salas da Azul"

Sobre os bastidores da terceira maior companhia aérea do Brasil, a leitura da notícia pode ser lida clicando aqui, onde escrevi um resumo da visita que fizemos nos andares onde várias áreas administrativas da companhia foram visitadas.


Em especial gostaria de comentar a impressão que tive ao visitar várias salas e ver como funciona, de fato, uma companhia aérea. O que mais me surpreendeu foi a receptividade de todos os colaboradores da companhia, todos sorridentes, de braços abertos a nos receber e nos explicar o funcionamento de várias áreas, como o CCO (Centro de Controle das Operações) e a sala de Gerenciamento de Crises.


A harmonia com que os colaboradores trabalham e interagem uns com os outros, torna nítido enxergar o diferencial da Azul em relação a outras empresas, com um estilo de trabalho bem flexível e visando o bem-estar dos seus colaboradores, vi pelo brilho dos olhde, o entusiasmo dos colaboradores que eles estão ali, acima de tudo, pelo amor ao que fazem.


A visita foi edificante de várias maneiras, muitas lições foram aprendidas, aprendizados que elucidaram a lacuna que havia em nossas experiências com o  administrativo de uma companhia aérea e a gratidão foi o sentimento que se fez presente ao final da visita. 

"Turma reunida"

Roteiro da manhã finalizado, partiu almoçar


Finalizada a visita na parte da manhã, deixamos o edifício e fomos ao Shopping Tamboré, logo ao lado, ainda na companhia do CMTE Geroldi. Andamos poucos metros até alcançar a entrada do shopping e tão logo chegamos, já fomos na praça de alimentação.

Não encontramos muitas opções diferentes das quais estamos acostumados nos Shopping Centers de Londrina, apenas algumas variações de preços, hora mais em conta, hora mais caro e outras com o mesmo preço, afinal, são franquias e seguem praticamente o mesmo padrão em todas as unidades franqueadas.

Ao final do almoço uma chuva torrencial começou a cair, acompanhada de trovoada e ventania, anunciando a vinda de uma nuvem de tempestade do tipo Cumulonimbus, fazendo com que nós ficássemos vários minutos presos dentro do shopping, aguardando uma melhora na chuva para que pudéssemos voltar para a van e seguirmos viagem para a cidade de Campinas.

Quem disse que a chuva dava uma trégua? Uma pequena multidão acabou se formando nos corredores de saída do shopping, o vento e a chuva davam sinais de que iria demorar para parar de chover e para complementar, o nosso motorista não sabia como chegar até onde estávamos, então, decidimos aguardar.

Com o horário ficando apertado e a chuva finalmente reduzindo de intensidade, o nosso coordenador enfrentou a chuva para ir até a van e nela, orientar o motorista até a saída mais próxima do shopping para continuarmos a nossa viagem e cumprir o roteiro da tarde.

Foi nesse momento que fiz algumas fotografias “distantes” das aeronaves em aproximação para o aeroporto de Congonhas, utilizando a lente 18-55mm, pois havia deixado a 55-300mm na mochila dentro da van. Foram as únicas fotos de aeronaves que fiz durante a viagem.

"Únicas fotografias de aeronaves durante a viagem"

Tripulação preparar para decolagem


Chegamos na van, embarcamos sob chuva leve e então todos ficamos animados, pois já estávamos a caminho de Campinas. Porém, o trânsito intenso mais uma vez se fez presente e levamos 20 minutos só para dar a volta na esquina do Shopping Tamboré, porém essa volta durou pouco, havia uma movimentação na “cabine de comando” da van e ao encostarmos num posto de combustível ao lado do shopping já era possível ouvir expressões em quase coro musical “viiiiish!!”, “o que aconteceu?”, “meu Deus, Fábio, o que está acontecendo? A van quebrou?!”. Ao descer o motorista estacionou o veículo e levantou o capô, os burburinhos se transformaram em um uníssono “iiihhh”...

Pan, Pan, Pan, Houston we have a problem!


"iihh..."

Tão logo a van estacionou, houve uma movimentação geral dos viajantes desembarcando para saber sobre o ocorrido, todos queriam saber o que estava acontecendo, já estávamos atrasados e certamente aquilo nos atrasaria ainda mais.

Voltei automaticamente na memória lembrando do “profético questionamento” que ouvi enquanto estávamos na Rodovia Castelo Branco em direção a Azulville, “Imagina se a van quebra?” Pois bem, lá estávamos com a van “quebrada” e pior, o problema era na correia que havia arrebentado, em um mau estado, com desgaste horrível. Nesse momento, muitos ficaram com raiva da empresa que nos forneceu uma van sem uma simples revisão na correia, pois certamente ela não atingiu aquele nível de desgaste no trajeto de ida.

E agora? O que fazemos? Mexe daqui, mexe dali e muitos já estavam esmorecendo, já começavam a fazer previsões “vamos ficar presos em SP”, “já era a viagem”, “olha o trânsito, não vamos chegar em tempo hábil”. E a situação só se agravava, pois, mais chuva estava a caminho e a correia reserva não era compatível com a ideal para o motor da nossa van. 

Foi nesse momento que começávamos a lidar com uma situação de crise, alguns viajantes vinham me abordar sobre cobrar da empresa uma solução rápida, alguns já começavam a pensar em hospedagem, pois sabiam que a solução para aquele problema não seria rápida, outros me abordavam perguntando, se já havia alguma resposta da empresa, pois precisariam trabalhar no dia seguinte e não teriam condições de ficar em São Paulo.

O tempo foi passando e a empresa passou a nós a informação de que estava entrando em contato com várias empresas em Barueri para fretar outra van com destino a Campinas, para não perdermos a visita. Ao mesmo tempo, nossos amigos começaram a buscar possíveis soluções como mecânicos, opções para irmos a Campinas, mas nenhuma solução rápida era encontrada, até que a empresa retornou e disse que não estava encontrando van com capacidade para 19 pessoas para cumprir o trajeto proposto, apenas vans de 16 lugares. O CMTE Geroldi que nos auxiliou a todo momento, inclusive, durante a nossa pane esteve presente nos dando apoio.

Foi decidido, então, que a van seguiria (sem correia) para uma oficina mecânica automotiva próxima ao shopping, cerca de 1 quilômetro de distância, enquanto nós voltaríamos mais uma vez para o shopping e assim foi feito, para lá fomos, um pouco desanimados pela iminência do cancelamento de nossa visita na UniAzul em Campinas. 

O tempo passava, entre muitas discussões, conversas, troca de mensagens no WhatsApp, o cansaço bateu forte e o esgotamento mental já dava sinais, pois eu não consegui dormir na viagem de ida, apenas alguns cochilos e nesse momento eu já não assimilava muito bem o que vinham me falar com revolta, várias pessoas apresentavam sinais de cansaço e estávamos praticamente aguardando retornar para casa e não mais para a UniAzul.

A nossa visita na UniAzul foi cancelada e, devido a um compromisso, o CMTE Giroldi se despediu de nosso grupo e ficamos ainda no shopping, aguardando sentados na praça de alimentação qualquer novidade que fosse sobre o nosso retorno a Londrina.

Para termos uma noção de tempo lendo esse relato, nossa saída foi pouco depois das 23 horas na quinta (07/12) e a chegada na AzulVille ocorreu às 09 horas e 30 minutos de sexta (08/12), a visita foi encerrada pouco depois do meio dia e o almoço foi estendido até as 14 horas. A van “deu problema” as 15horas e 30 minutos e estávamos ainda aguardando por notícias as 17 horas, quando uma mensagem chegou, meu coordenador me comunicou de que a manutenção na van não ficaria pronta para o mesmo dia e que a empresa não havia localizado alguma van de 19 assentos ou micro-ônibus para nos levar de volta para casa, estávamos oficialmente presos em Barueri, sem uma solução rápida e nenhuma garantia de retorno imediato para Londrina.

Processinho


Eu cheguei a brincar com os amigos que colocaria esse subtítulo em alguma passagem desse relato, pois um dos amigos realmente se enfureceu e queria lutar, bravamente, pelos seus direitos e pelo prejuízo no qual estávamos tendo, apelidamos, carinhosamente, o nosso amigo de “processinho”.

Na realidade caberia um processo contra a empresa que nos forneceu uma van, sem aparente revisão antes da viagem e estávamos a horas aguardando, qualquer fretamento ou comprometimento da empresa em nos ressarcir ou, sequer, pagar o nosso transporte de volta por outras empresas. 

O clima de revolta e esgotamento físico nos atingiu em cheio, eram 18 horas quando tomamos a decisão de ir andando do Shopping Tamboré até a oficina de manutenção onde a van, o motorista e o nosso coordenador estavam. Fomos todos juntos, em clima descontraído, por mais que a situação havia ficado séria e revoltosa, todos se portaram muito bem na situação com muita maturidade e proatividade.

E agora? 


Fomos caminhando até a oficina, andamos por volta de 600 metros, lá constatamos que realmente não haveria volta na mesma van e que a empresa ainda buscava fretar um veículo para nos trazer de volta a Londrina. Não tínhamos retorno rápido, chegou a se proposto que a empresa arcaria com o gasto de hotelaria de algumas pessoas enquanto outras voltariam por ônibus rodoviário do terminal rodoviário da Barra Funda em São Paulo, porém ficaria muito dispendioso e complicado de fechar o acordo com a empresa, já que não havia serviço de fretamento disponível naquele horário e os ônibus para Londrina estavam com poucas vagas disponíveis.

"Pessoal super animado sem previsão de retornar para casa, só que não"

Nosso amigo – quem de fato tornou possível o nosso retorno – Thiago Figueiredo, entrou em contato com a Viação Garcia para perguntar se haveria algum ônibus com 19 assentos disponíveis para que todos pudessem retornar o quanto antes para Londrina. Não havia! Os últimos “carros” que sairiam da Barra Funda não possuíam vagas suficientes, mas e agora?

O funcionário da Garcia que atendeu nosso amigo ficou de entrar em contato com a chefia para que fosse disponibilizado um veículo extra, que iria nos atender e transportar de São Paulo para Londrina, foi então que ficamos esperançosos e começamos a fazer os cálculos de passagens, transporte via Uber de Barueri até a rodoviária da Barra Funda, em São Paulo, para propor a empresa que arcasse com esses gastos, pois era o nosso direito naquele momento.

Confirmado, teríamos um horário extra na Garcia e a empresa da van concordou em ressarcir o valor custeando todo o nosso transporte de regresso para Londrina, incluindo os 5 carros que seriam necessários para nos levar de Barueri até São Paulo e mais 300 reais no total para nossa alimentação.

Com a esperança e já certeza de regresso, começamos a lanchar na própria oficina, fizemos um quase “piquenique” com bolo, torta, lanches, salgadinhos e refrigerantes. Tristes por não termos cumprido nosso roteiro da tarde, lanchamos rapidamente e já solicitamos 5 veículos particulares no aplicativo Uber para nos levar da oficina em Barurei até a grande São Paulo.

"Vamos para casa? Vamos! Mas antes, vamos comer!"

Para São Paulo, nós fomos


Lembrei-me muito de uma amiga que estava interessada na viagem, pois assim como ela, eu gosto bastante da cidade e particularmente gostei muito de poder andar um pouco por vias terrestres na cidade, no caos do trânsito, no visual cinzento e pichado de São Paulo, nada muito agradável de se ver, mas uma particular realização de uma vontade que tinha.

O trajeto de Uber de Barueri até a Barra Funda ficou em torno de R$ 70,00, cerca 1 hora de deslocamento nos 22 km rodados na Castelo Branco, Marginal Tiete e Avenida das Nações Unidas. 

"Guichê da Viação Garcia na rodoviária da Barra Funda, São Paulo"

Chegamos na rodoviária por volta das 20 horas e 40 minutos e fomos correndo até o guichê da viação Garcia, retirar os nossos bilhetes, ao retirar, mais uma triste constatação, o embarque só ocorreria as 23 horas e 10 minutos daquela noite, ou seja, mais 2 horas de espera e por lá ficamos, esgotados, cansados e precisando de banho urgente.


O tempo parecia se arrastar quanto mais se aproximava do horário de embarque, alguns amigos preferiram arriscar dar voltas de metrô para passar o tempo, como nunca antes utilizaram esse sistema de transporte, resolveram então fazer. O que muitos paulistanos podem tirar o sarro, pela curiosidade de nós do interior “andar de metrô” e ver a cidade grande.

"A cara da felicidade em estar com retorno garantido, essa turma foi incrível"

Os que ficaram na rodoviária aguardaram sentados, ou, no meu caso, em pé durante as 2 horas. Não havia muito o que fazer a não se esperar e esperamos, com o resto das forças que nos restava.

Faltando cerca de 25 minutos para o nosso embarque, fizemos a última contagem, todos estavam lá e descemos para as plataformas de embarque, num ambiente fétido de urina. Aguardamos, até que nosso ônibus chegou, na plataforma 19 embarcamos num Marcopolo Paradiso 1600 LD da Brasil Sul a serviço da Garcia (na prática é o mesmo grupo que administra as duas empresas) e demos graças por estar embarcando de volta para casa, depois de 8 horas de espera desde quando a nossa van “quebrou”, estávamos ali sentados, rindo e esperando o embarque dos demais passageiros, já que o ônibus era extra e mais pessoas, fora do nosso grupo, poderiam comprar passagens e ir conosco.

O ônibus não saiu completamente cheio, mas teve uma boa ocupação. Naquele momento já estávamos bem relaxados e acomodados em nossos assentos, com os celulares carregando e a internet do veículo funcionando, nos despedimos de São Paulo pelas janelas e não demorou muito para que o ambiente silencioso se tornasse uma sinfonia de roncos baixos e altos, tratei então de ingressar no coral, me cobri e dormi, vindo a acordar na única parada de 20 minutos em que o veículo fez no posto “Graal Paloma” e logo dormi novamente quando o ônibus engatou a marcha ré e voltou para a estrada.

Acordei novamente já em Londrina, quando o ônibus subia a rampa para o piso superior da rodoviária, com os raios de sol em minha face, sentindo o verdadeiro frigorífico que havia ficado o ar ambiente dentro da cabine. Com muito sono e ainda atordoado pelo cansaço, despedi de alguns amigos e fui fazer a higiene básica no banheiro da rodoviária. Depois que saí, já não vi mais os colegas e fui pegar mais um ônibus, dessa vez o coletivo, para casa.

Agradecimentos



Por mais que o roteiro da viagem não tenha sido integralmente cumprido, o que pude conhecer dos bastidores da Azul Linhas Aéreas foi, sem dúvidas, fantástico! Foi incrível ver com os próprios olhos como que “funciona” uma empresa área, como tudo é organizado, administrado e harmonioso. Como é grande, embora que tudo esteja em apenas 3 andares, a grandeza da companhia é deslumbrante e essa foi uma das maiores experiências que pude vivenciar na minha jornada na aviação.

Por tanto, o meu grande agradecimento ao Comandante e Chefe de Equipamento, Rafael Geroldi, pela visita, por nos guiar, explicar e enriquecer nosso conhecimento a respeito da Azul e a todos os funcionários que doaram um pouco de seu tempo para contribuir positivamente ainda mais a experiência que tivemos.

Ao meu Coordenador de Curso e amigo, Fernando Torquato, pela confiança em me passar a responsabilidade de organizar incialmente a viagem, a Naiara Beraldi pelas excelentes sugestões ao longo da viagem e auxiliar para que fossem resolvidos os problemas mecânicos da Van, aos amigos e companheiros de viagem, Andre Felix, Andrei Rezende, Brenda Ribeiro, Felipe Augusto, Gabriel Machinski, Isabella Puertas, Jackeline Baza, João Maciel, João Willian Luís Renan, Mickael Christian, Nathyane Betiate, Romulo Feijó e Vicente Luzzi, pelos risos, companhia e muita maturidade em lidar com os contratempos que apareceram.

Agradecimento também ao nosso motorista da van que nos transportou de Londrina a Barueri com segurança e serviu de intermédio entre as negociações com a empresa, que infelizmente não nos forneceu um veículo revisado para uma longa viagem. 

Essa viagem foi uma grande aventura, cheia de conhecimentos e experiências novas a contribuir com a nossa bagagem de aprendizados. Tudo deu certo no final e valeu a pena, todos os minutos em que passamos juntos. 

2 comentários:

  1. Ahhhhhhhh, que pena que não foi possível fazer tudo o que havia sido planejado.
    Mas valeu a aventura, né?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu muito a pena! Faria tudo de novo, mas antes pediria para ao menos verificarem a correia, né? rsrs

      Excluir