sábado, 18 de fevereiro de 2017

Homenagem ao Dia do Fiscal de Pátio


Conhecidos pela comunidade externa por termos irônicos como flanelinha de avião, manobrista, ou balizador, o Fiscal de Pátio possui amplas obrigações além do Marshalling (sinalização visual feita com raquetes que orientam o piloto a posicionar corretamente a aeronave em algum ponto do pátio ou parada em uma posição de estacionamento).


Para comemorar e homenagear os Fiscais de Pátio pelo seu dia, participei como “Fiscal de Pátio por um dia” em nome do TMA Londrina, através de autorização da INFRAERO, no Aeroporto Governador José Richa.


Durante as manhãs nos dias úteis da semana o Aeroporto de Londrina possui uma faixa de horário entre as 9 horas da manhã e 11 horas onde há seis movimentações de aeronaves de linha aérea, sendo 3 pousos e 3 decolagens de aparelhos diferentes (Airbus A320, Embraer 195 e ATR 72) o que possibilita uma melhor observação da atuação dos Fiscais. Foi nessa faixa horário que acompanhei de perto o trabalho incrível que é feito por esses profissionais que muitas vezes tem o mérito esquecido ou pouco conhecido por quem vê a aviação de fora.


Ao chegar no Aeroporto recebi um kit composto por colete reflexivo, protetores auriculares, um rádio para comunicação interna e crachá com credenciamento para poder ter acesso ao pátio de aeronaves. Adentrando no pátio, após passagem obrigatória por inspeção no "raio-x", fui conhecer a sala de pátio onde os fiscais dispõem de comunicação com os demais setores do aeroporto (Torre de Controle, Central de Operações Aéreas, etc), câmeras de vigilância que dão completa visão da movimentação do pátio e apoio as necessidades.


Foi naquela sala que fui apresentado ao Sr. Venâncio, um dos fiscais do aeroporto, que logo me deu orientações de segurança, explicou a delimitação do pátio e também contou sobre os deveres do Fiscal de Pátio e algumas experiências vividas por ele. 


O Fiscal de Pátio possui uma ampla área de atuação no pátio de um aeroporto e compete a ele o trabalho de fiscalizar toda a movimentação nos pátios de aeronaves e devidas inspeções afim de garantir a segurança operacional na relação homem e máquina. Para que um sinalizador de pátio efetue seu trabalho em plenas funções, o profissional deve estar sempre atento à movimentação de pessoas, veículos de apoio e aeronaves em operação, necessita também estar familiarizado com todas as áreas, sinalizações, posições e funções dos demais profissionais que estão atuando no embarque e desembarque de aeronaves. O regime de trabalho é feito em escalas e sempre há fiscais presentes no pátio durante qualquer movimentação que esteja ocorrendo. 


Além de atender as aeronaves de companhias aéreas o Fiscal também está presente na chegada, sinalização, posicionamento da aeronaves e orientação prestadas aos pilotos das aeronaves de aviação geral que venham a utilizar o pátio.



A movimentação no solo é intensa para receber uma aeronave de linha aérea e os fiscais devem estar posicionados em lugares estratégicos para acompanhar toda a movimentação no solo, ainda mais por causa de uma das posições do pátio que está em obras com máquinas e homens trabalhando, o que torna a vigília constante para que não haja exposição ao perigo.


Quando a aeronave está prestes a taxiar para a posição de estacionamento o fiscal toma posição no centro da linha que indica o exato local onde a aeronave deverá ficar posicionada para correto encaixe do Sistema Elo, conhecido também como Mamuth. Além do fiscal, vários profissionais aguardam na área de segurança a chegada da aeronave como o pessoal de rampa, mecânicos, auxiliares e o abastecimento.


Quando a aeronave para na posição correta e corta os motores inicia-se uma cadeia de eventos muito interessante de se observar, feita de maneira ágil e assertiva por todos os profissionais envolvidos na operação de desembarque e embarque de centenas de quilos em bagagens e equipamentos. Mantendo a devida cautela, devido a movimentação de passageiros, pessoal de solo e o manuseio de combustível, novamente entra em cena o Fiscal de Pátio que acompanha todo esse processo e também acompanha o desembarque dos passageiros.


Após a aeronave ser reabastecida o fiscal inspeciona a área ao redor da aeronave em busca de qualquer inconformidade com os padrões ou objetos que possam expor ao perigo. Após o fechamento das portas da aeronave, o desacoplamento do Elo e a remoção dos calços da aeronave, novamente, o pessoal de solo retorna as áreas de segurança e aguardam o pushback das aeronaves que sempre é feito em paralelo a trajetória da aeronave até próximo da “Red Line” no pátio fiscalizando a saída da aeronave e em busca de qualquer inconformidade.

"Localização da Red Line"


O fiscal também executa inspeções periódicas de pista em busca de algo que possa pôr em risco a aeronave no momento crítico da rolagem de decolagem e/ou pouso das aeronaves. Busca-se objetos estranhos (F.O.) na pista para que seja evitado o famoso Dano por Objeto Estranho (F.O.D), também, é observado se há afundamento, rachaduras ou buracos no asfalto da pista provocados pela movimentação das aeronaves. Tudo o que for achado é recolhido e relatórios são feitos.


No final da minha experiência pude rapidamente conhecer o sistema de pista do aeroporto e as áreas que são observadas durante a inspeção de pista, como os auxílios de sinalização verticais, auxílios luminosos e de navegação. A ultrapassagem da "Red Line" no pátio deve ser feita apenas mediante a autorização da Torre de Controle, durante todo o trajeto o fiscal mantem-se atento as instruções da torre e ciente dos tráfegos no circuito do aeródromo, para pouso, decolagem ou toque e arremetida.


Para se tornar um Fiscal de Pátio é necessário que o interessado ingresse em cursos para atuar na função. O Curso de Formação de Fiscais de Pátio e Pistas (CFP) é oferecido pela Secretaria de Aviação Civil e abre vagas periódicas através do site oficial (clique aqui para acompanhar). Para se candidatar a vaga de Fiscal de Pátio em aeroportos de administração pública, como Londrina e Maringá, somente será possível através de Concurso Público.


Durante a visita pude observar minunciosamente o trabalho dos fiscais e espero passar através desse "relato" um pouco do importantíssimo trabalho desses profissionais e que sem eles a movimentação segura e eficiente das aeronaves não seria possível. Gostaria de deixar um agradecimento especial ao Wander Melo Júnior pela idealização e convite, aos fiscais Venâncio dos Santos, Nilson Lira, Nei Fabiano e todos os demais, mas não menos importantes, que me acompanharam e transmitiram suas experiências durante a visita. Agradecimentos também ao pessoal de solo da INSOLO, LATAM , AZUL e INFRAERO pela confiança, cordialidade e ensinamentos.


Em nome da Equipe TMA Londrina, nós parabenizamos todos os Fiscais de Pátio pelo seu dia! 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Boeing 737-700, PR-GEK, com as novas cores da GOL em Londrina

O Boeing B737-700 da GOL, matrícula PR-GEK, visitou Londrina recentemente e é claro que registramos a passagem dele durante o final da manhã.

"Boeing 737-700, PR-GEK, entre a taxiway Delta e a pista 31"

"GEK ingressando na pista"

"Quase inciando o back-track na THR31"

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Anoitecer no Aeroporto de Londrina

Nos últimos meses aprendi a gostar mais ainda de fotografar no final de tarde e início da noite. Não sei explicar bem o por quê que as fotografias saem com uma magia a mais e o resultado quando assertivo chega a encher os olhos. Confira:

"Airbus A320, matrícula PR-MHX da LATAM, taxiando para decolagem na RWY31"

"Boeing 737-800, matrícula PR-GTG da GOL, taxiando para decolagem na RWY31"

"Cessna 152, PR-ISK do Aeroclube de Londrina, tocando e arremetendo na RWY31"

Embraer 195, matrícula PR-AYX da AZUL, taxiando para a RWY31"

"Embraer Legacy IU-50 do GEIV aferindo o VOR Londrina"

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Contribuição do Leitor: Victor Rocha

O Victor Rocha contribui conosco enviando essa bela captura do Boeing 737-800, matrícula PR-GGV, tocando a pista 13 em Londrina, confira:

Boeing 737-8EH, PR-GGV, "fritando" borracha na pista 13

Lembrando que todas as terças e quintas feiras deixamos aberto o espaço no blog para a contribuição dos leitores! Quem quiser, envie sua foto para o e-mail tmaerolondrina@gmail.com ou pela fan page do TMA Londrina no Facebook ou até mesmo pelo sistema direct do instagram!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Contribuição do Leitor: Luís Gustavo Rampazo

Mais uma vez o Luís Rampazo contribuiu conosco com essas belíssimas fotografias registradas no período da manhã no Aeroporto de Londrina, confira:


"Cessna 150, PR-BLO, decolando da RWY13"

"Joca, Cessna 150 do Aeroclube de Londrina"

"Boeing 737-800, PR-GGY, tocando a pista 13"

"Baron 58 descolando da RWY13"

"Cirrus SR22, matrícula PR-WIR"

"Boeing 737-800, PR-GGY, decolando"
Lembrando que todas as terças e quintas feiras deixamos aberto o espaço no blog para a contribuição dos leitores! Quem quiser, envie sua foto para o e-mail tmaerolondrina@gmail.com ou pela fan page do TMA Londrina no Facebook ou até mesmo pelo sistema direct do instagram!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Pinturas Especiais que passaram por Londrina no final" de 2016

O final de ano é o momento onde se incia mais uma alta temporadas de voos no Aeroporto de Londrina. Corroborando com a demanda, o horário de verão possibilita o registro das aeronaves que pousam no horário de pico entre as 19 horas e 20 horas, o que facilitou o registro de aeronaves com pinturas diferentes das padronizadas, confira:

Um dos grandes destaques foi a vinda de aeronaves nas cores da LATAM (Ex-TAM).
"Airbus A320, matrícula PR-MHX, tocando a pista 31"
Outro Airbus A320 da TAM que visitou Londrina foi o PR-MYF com a livery "oneworld", hoje (03/02/2017) a mesma aeronave encontra-se fora de serviço e provavelmente fora da frota da LATAM.
"Airbus A320, inciando a reversão após toque na pista 13"
Uma "figurinha" comum que sempre aparece em visita por Londrina é o ATR 72-600, matrícula PR-ATB", La Ville Rose, todo rosa.
"ATR 72-600, matrícula PR-ATB, na pista 13"

O Embraer 195, matrícula PR-AXV, "Espírito de União" querido pelos plane spotters londrineses, visitou Londrina várias vezes no finalzinho de 2016. 
"Embraer 195, matrícula PR-AXV, decolando da RWY13"
O Embraer 195, matrícula PR-AYO, "Rosa e Azul" também deu as caras em Londrina várias vezes na reta final do ano. 
"Embraer 195, PR-AYO, batizado Rosa & Azul"
O Embraer 195, matrícula PR-AYX, "Azul e Verde" ou como é chamado pelos spotters de "Verdão", também passou por Londrina cumprindo o voo AZU/AD 2479 de Cuiabá para Curitiba com escala em Londrina. 
"Embraer 195, PR-AYX, taxiando para decolagem na RWY31"


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Contribuição do Leitor: Luís Gustavo Rampazo - Casamento de Espanhol

Quem disse que não é possível fazer registros incríveis com mau tempo?! O nosso leitor e contribuidor Luís Gustavo Rampazo enfrentou as forças da natureza para conseguir belos registro do Boeing 737-800, matrícula PR-GUF, da GOL aproximando e pousando na pista molhada do Aeroporto de Londrina e escreveu um relato de como foi registrar esse momento:

Casamento de espanhol

Quando bate aquela “fissura” para fotografar e você percebe que está imerso em um Janeiro de índices pluviométricos amazônicos, talvez não seja má ideia sair da “zona de conforto” e fazer algumas apostas com a meteorologia. Ainda que aqui na região o mundo esteja desabando diariamente ao final da tarde com pontualidade digna de um britânico “chá das cinco”, vez ou outra o sol tem conseguido encontrar breves frestas por entre o bloqueio nebuloso de modo a nos direcionar alguns belos feixes de luz momentos antes de mergulhar no horizonte. E foi por fiscalizar algumas vezes por dia as condições meteorológicas que vislumbrei uma pequena chance naquela tarde.

Cheguei à pracinha do Tiro de Guerra por volta das 17:40h para tentar registrar os voos daquele fim de tarde. O vento vinha firme de Oeste-Noroeste, eu sabia que ele não iria mudar de direção e, por conta disso, eu também sabia que os pousos se dariam todos pela cabeceira 31. Diante daquele céu carregado, a minha aposta era que, caso o sol encontrasse alguma brecha durante o breve instante de algum pouso, estaria estabelecida então uma condição de luz muito boa. Desci pela avenida até pouco depois do campinho de futebol do Tiro de Guerra, avistei o ATR chegando, porém mantive os ânimos totalmente refreados: uma grande nuvem escura sombreava tudo em um raio de uns 500m à minha volta. E eu, que já estava com “aquela” condição de luz determinada na cabeça (o sol por detrás, assunto iluminado praticamente de frente, quantidade de luz suficiente para um diafragma não tão desesperadamente aberto e também para fugir de ruído em pós-processamento, bem como para proporcionar velocidade rápida no obturador a fim de “congelar” a ação, “highlights” quiçá em tons dourados, uma “barriga” iluminada durante o flare para gerar boa textura nos detalhes, sombras advindas de um contraste satisfatório para delinear contornos e volumes, etc.), apenas constatei que “não foi dessa vez” e assisti ao pouso sem nem ao menos descruzar os braços.

Até a próxima movimentação, não havia o que fazer a não ser esperar. Voltei para a pracinha e me pus a monitorar as nuvens, firme na torcida para que algum espaço surgisse entre elas e sincronizasse com o momento de algum pouso. A Oeste, a coisa toda até que parecia promissora, porém a Noroeste uma grande formação se avolumava e escurecia cada vez mais. Nesse meio tempo, inclusive pude ver um pequeno Cessna taxiar até a cabeceira 31, aguardar um longo tempo e abortar a decolagem por conta do vento absurdo que já entrava. E não demorou para que uma nuance “leitosa” começasse a se infiltrar em meio aos prédios do horizonte na direção daquela grande nuvem. A chegada dos primeiros pingos ali na pracinha levou apenas alguns minutos. Essa era a parte de minha aposta que eu até havia “previsto”, porém confesso que não queria muito enfrentar: a chuva. Minha bicicleta iria se molhar, mas tudo bem, eu só precisava cuidar de minha mochila. Fiquei um tempo ali atrás da cheirosa figueira-de-jardim, mas logo vi que precisaria de uma cobertura com menos espaços vazios para me proteger e a única opção era o teto do ponto de ônibus. Mas a chuva vinha de modo tão “horizontal” (caramba... que vento!) que eu precisei ficar de pé no banquinho do ponto para conseguir resguardar pelo menos do peito para cima. E foram mais alguns longos minutos assim. Paciência... Para minha surpresa, de repente escuto um barulho, olho por cima do ombro direito e vejo o topo e a cauda do E-Jet “Verão Azul” já finalizando o pouso. Mas... em meio àquela tormenta? Como assim?!? Ok, ok... os pingos de chuva não eram assim tããão grossos e pesados (já vi muito piores), mas aquele vento... uau... Bom, o que eu podia fazer era tão somente “aplaudir mentalmente” o piloto daquele voo. Sério. Parabéns.

Por sorte, depois de um tempo (e de tanto o vento soprar...), as coisas começaram a mudar novamente. A linha do horizonte Oeste-Noroeste começou a dar sinais de reaparecer em meio a uma claridade que aumentava gradativamente. O ventou deu uma leve amenizada e a chuva também enfraqueceu. Eu sabia que havia um A320 e outro B738 chegando ainda naquele final de tarde, porém era muito provável que eles sofressem alteração de horário, mas eu não conseguiria checar tais informações naquela situação. Quem apareceu, a Leste, foi o arco-íris. Duplo, por sinal. E contra o céu bem escuro que havia passado, um contraste bem interessante. Ou seja, olhando a partir da pracinha, era fato que o sol já começava a brilhar para os lados do pátio do aeroporto. Era só uma “garoa forte” que teimava em persistir. E eu rangendo os dentes (e xingando) para que ela fosse embora de maneira definitiva até que, em uma nova olhada para o Leste, lá vinham dois pontos de luz: um mais adiantado e outro mais atrás. Era o momento de decisão: ir ou ficar?

A garoa ainda era “real”. Aparentava de toda maneira que iria passar dali a... sei lá... menos de um minuto. Mas não passava! E eu não tenho daquelas caixas estanques (de mergulho) para proteger a câmera da água. Vai, não vai... Sair dali do ponto, pegar a escadinha junto à bicicleta, correr para o muro em meio ao barro... Já haveria luz suficiente?... Vai, não vai... 15, 20 segundos de hesitação... Fui... Rua, trânsito... 2, 3 carros, atravessa, grama, barro... Era o A320, já quase passando o muro do fim da pista. Procura lugar para colocar a escadinha, abre, trava, sobe os degraus com pé de barro, cuidado com o arame farpado, ficando de pé já com uma das mão a abrir a mochila... e... não deu tempo... Ele já pousava. Tocou a pista, ela ainda estava absoluta e completamente coberta de água e o trem de pouso frontal era tal como uma lancha veloz a rasgar a superfície de um rio caudaloso. Os dois véus laterais de água, simétricos em “V”, chegavam à altura das asas. Uma fração de segundo e o acionamento do reverso fez abrir aquelas quatro lindas “pétalas” em cada um dos motores CFM, o que jogou para cima uma quantidade de água ainda maior e mais assustadora por conta da turbulência gerada. Junto ao rugido ensurdecedor, aquela visão foi de amolecer as pernas. Meu queixo deve ter caído e minha mão ficou ali parada, sem ao menos abrir a mochila durante todo o pouso. Congelei... Bom, vale notar que este A320 não tinha sharklets. Mas tudo bem, pelo incrível show proporcionado pelo pouso eu até aceito dar um desconto por esse “pecado estético”.


A seguir, pisquei algumas vezes e me toquei que o B738 já vinha chegando (foto acima). E eu atrasado, sem nem tirar a câmera da mochila ainda. Uma garoazinha beeem leve teimava em cair, mas... ah... dane-se! Vira de costas, liga, tampa da lente, ajusta diafragma, ISO, dá uma enquadrada... caramba, já “tem” sol, mas ainda está um pouco escuro... sobe ISO, abre diafragma (droga!), foco no AI-SERVO, zoom, enquadra, prende a respiração, endurece e aperta os braços nas costelas, click-click-click-click-click!!!... click... click... maldito buffer curto!... zoom out… click... click... ufa, respira... Desliga, tampa da lente, mochila, escadinha, pracinha. Alguns picões a retirar das meias e dos tênis. Mais alguns minutos até que os carros formem um trilho um pouco seco no asfalto. Um gole d’água, mochila e escadinha nas costas. E pedal de volta para casa.




De noite, ao fuçar nas fotos no PC, vejo que a câmera “cravou” o foco em umas 3 ou 4 delas. Nas tantas outras ela deu uma “errada”. Arrisco dizer que foi por conta de uma certa ausência de contraste, devido à garoa, que atrapalhou a focagem. E penso em como seria se eu não tivesse hesitado aqueles 20 segundos, de modo a ter conseguido registrar o pouso do A320. Caramba... a quantidade de água levantada foi tão assustadora!... Mas a garoa que ainda caía... Será que eu teria conseguido cravar o foco? Não sei.  Pelo menos eu testemunhei com meus olhos. E só sei que, de agora em diante, eu perdi o “medinho da chuva” e vou ficar espertíssimo em toda vez que se formar alguma “cortina de tempestade passageira com o sol atrás”, tal como nesta oportunidade. Pena que eu sei que será algo raríssimo. Mas também sei que é imperdível.

=)


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NOTA - Casamento de espanhol: Antigo trocadilho "Sol e chuva, casamento de viúva. Chuva e sol, casamento de espanhol"