sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Navegação: Londrina - Maringá - Londrina (Flight Report)

Buenas pessoal, resolvi fazer um pequeno "Flight Report"  sobre um voo de instrução de Navegação. Nossa aeronave, é um Embraer Tupi, P28A, matrícula PT-VHV do Aeroclube de Londrina, irei eu, meu Instrutor de Voo junto com 189 litros de Gasolina de Aviação (mais conhecida como AVGÁS). Planejamento de voo feito no dia anterior, consulto a meteorologia, os NOTAM's o ROTAER afim de estar atualizado sobre as condições dos aeródromos de origem, destino e alternativa.

Com autonomia de sobra para realizarmos o voo de aproximadamente 01:30 minutos de duração, inicio o check pré voo, feito toda vez antes de um voo. Check finalizado, ouço a informação prestada pelo ATIS, que fornece as condições meteorológicas do aeroporto, via rádio. ATIS copiado, faço a chamada inicial com a Torre Londrina e após a autorização, realizo o briefing de decolagem com meu instrutor, informando a pista que iremos decolar, a configuração de flape da aeronave, velocidade de rotação (VR) velocidade de subida, altitude de aceleração e altitude de retorno (pretendo fazer um post com vídeo mais para frente para exemplificar melhor cada item).
Nivelado no FL065 no rumo 277  para Maringá
Briefing feito, acionamento a critério, inicio o motor e após o check pós acionamento chamo novamente a Torre, informando que estamos pronto para o taxi. Taxi autorizado, devemos informar que estamos ingressando no pátio principal (onde normalmente ficam os aviões de linha aérea), após informarmos, a Torre nos dá novamente outra autorização, desta vez para taxiarmos até o ponto de espera da cabeceira 13.

Chegando no ponto de espera, realizamos um dos checklist mais importantes: o pré decolagem. Durante este check, verificamos o funcionamento do motor, testando nessa ordem, a mistura, os magnetos (direito e esquerdo) o ar quente do carburador, o amperímetro, a sucção de giro, os instrumentos do motor (pressão e temperatura) e por fim o regime em marcha lenta. Após check feito, informo a Torre Londrina que estamos pronto para decolagem.

Decolagem autorizada, ingresso na pista, acionando o transponder, ligando a luz de pouso, bomba elétrica e confiro o giro direcional e a bússola com a proa da pista, ao mesmo tempo que inicio a rolagem. Adiciono a potência devagar e constante até o regime máximo, conferimos os mínimos para a decolagem e aguardamos nossa VR de 65 nós. VR atigida, rodo a aeronave e busco 80 nós para subirmos. Após atingirmos a altitude de aceleração, no caso em Londrina é de 2.200 pés, recolho os flapes e desligo a bomba auxiliar e o farol de pouso.

Após a Torre nos informar o horário de decolagem e nos transferir para o Controle Londrina, passamos nossos estimados para nosso destino, no caso Maringá. Um voo de Tupi pra lá, dura em média 27 minutos se não considerarmos o vento. Somando ao horário de decolagem, teremos um primeiro estimado para nossa chegada na cidade Canção. Subimos para o nível de voo, FL065 e aceleramos para nossa velocidade de cruzeiro, 100 nós.
Vista aérea de Maringá durante o retorno para Londrina
Durante a subida, temos que fazer o ajuste de mistura ar/combustível e mudamos nosso ajuste de altímetro para o voo em rota, 1013,2 hpa. Nivelados no FL065, passo novamente outro estimado, corrigindo em alguns minutos o estimado passado anteriormente sendo que, desta vez, procuro considerar aproximadamente o vento atuante.

A 15 milhas náuticas de Maringá, informo nossa posição ao Controle Londrina, que autoriza nossa descida para a altitude de tráfego do SBMG e nos transfere para a Torre Maringá. Após contato inicial, nos é autorizado a perna do vento da 10, cabeceira onde realizamos dois toques e arremetidas. Durante a perna do vento é feito o check pré pouso e quando ingressamos na reta final, a Torre nos informa as condições meteorológicas da pista, como vento, pressão além da curva a ser realizada após o toque, para que possamos reingressar no circuito de tráfego.

Tanto o primeiro quanto o segundo toque, realizo com full flapes com uma velocidade de aproximação de 70 nós até o cruzamento da cabeceira. Em ambos os toques confesso que foram "catrapadas" (toque brusco), com direito a uma flutuada após o toque em um deles.
Na curta final da 10 em SBMG, 70 nós de velocidade, configurado com full flape
Terminal de passageiros de Maringá
Hangares da aviação geral
Após os toques, retornamos para Londrina, desta vez no nível de voo 055, mantendo os mesmos 100 nós de velocidade indicada durante o regime de cruzeiro. Basicamente é feito a mesma sequência da ida, de forma metódica. Todos os check's são seguidos a risca, os estimados são passados e corrigidos se necessário, os ajustes são feitos durante o cruzeiro, além de um frequente cross check entre as referências visuais, proa e estimados. Também acompanhamos os parâmetros do motor afim de não sermos surpreendidos em caso de pane. 
Londrina, em primeiro plano a Gleba Palhano e ao fundo o Centro
Durante o retorno, devido a um tráfego que estava na aproximação final, a Torre Londrina nos manda fazer uma espera na vertical do shopping Catuaí, sendo que após a passagem dele, ela nos autoriza a prosseguir para toque e arremetida como número 2 na aproximação final. Dessa vez, capricho no toque, tentando "compensar" a má impressão deixada em Maringá. Toque realizado, iniciamos o procedimento de arremetida, que incluem, voltar o flape para a posição de 10º, compensar a aeronave para decolagem e fechar o aquecimento do carburador, caso ele tenha sido aberto durante a aproximação.

Reingressando na perna do vento, solicito pouso e base curta, afim de evitar outra espera, já que um TAM estava a 4 minutos do fixo de aproximação final do RNAV da pista 13. Aquecimento do carburador aberto, potência reduzida, velocidade enquadrada já comando 25º de flape e inicio a curva para a perna base. Quando a rampa de planeio até a pista garantida, enquadro 70 nós e comando full flape, alinhando com o eixo da pista. Livramos após o pouso pela taxiway "Charlie" e em seguida na "Echo", para cruzarmos o pátio principal e prosseguirmos até o hangar do aeroclube.

Bom galera é isso aí, tentei não me alongar muito, sendo moderadamente detalhado. De uma maneia geral é assim que é feito um voo de navegação visual, espero que tenham gostado! Deixem nos comentários, duvidas e perguntas sobre o texto, além sugestões para os post's futuros!

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